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O Voo Noturno
Hécate ergueu o olhar, não na minha direção, mas através, e naquele instante tive a sensação de ser atravessada por uma pergunta sem forma

Katy Frisvold
há 5 dias5 min de leitura


O Fetiche da Bondade
Tem bruxa que jura fazer cinco rituais por dia, quando na verdade passou a tarde dormindo no sofá. Mas dizer que descansou parece feio. A preguiça virou pecado de pobre.

Katy Frisvold
5 de nov.4 min de leitura


O Bem que Mata
(crônica sobre o amor que mata em nome de Deus) Naquela manhã o vento vinha pesado, cheirando a ferro e incenso queimado. O céu tinha o tom de chumbo das notícias ruins. Eu estava recolhendo lenha para o fogo quando ouvi Hécate murmurar, quase num sussurro de pedra: “Eles continuam matando em nome do amor.” Parei. A frase ficou pendurada no ar, como uma lâmina prestes a cair. A velha não falava de ontem. Falava de todos os tempos. Hécate tem esse dom: diz as coisas simples co

Katy Frisvold
3 de nov.4 min de leitura


A Gralha Riu Primeiro (parte 2)
Parte II - O eixo A Gralha pousou no chão, caminhando com aquele andar desequilibrado de quem carrega um segredo nas patas. “Eles gostam das meninas”, disse, com uma crueldade calma. “Das que ainda acreditam no encanto das promessas e que sorriem por reflexo. As mais novas ainda não viram o suficiente para desconfiar.” Fiquei em silêncio. Ela tinha razão. Muitos homens - e aqui não falo apenas dos velhos - preferem a inocência por conforto, não por amor. Procuram nelas o ref

Katy Frisvold
28 de out.5 min de leitura


A Gralha Riu Primeiro
A Gralha é insolente. Ela é dessas criaturas que preferem a verdade nua ao verniz da civilidade. Ela tem esse tom desagradável, de quem já viu muita coisa e não tem mais tempo para sentimentalismos. E eu gosto disso nela. Ri alto, como se cada riso fosse um corte no tecido da paciência humana.

Katy Frisvold
28 de out.3 min de leitura


Quem matou Asherah?
Não é “por que Deus mandou”. É quem precisou, e para quê. Entre Babilônia e o zelo doméstico, Asherah caiu. Com ela caiu um mundo de práticas femininas. A lei virou bala. Depois virou doutrina. Herdamos o eco.

A Velada
14 de out.5 min de leitura


Quando a carapuça serve
A carapuça só encaixa porque, em algum ponto, toca de verdade.

Espelho de Circe
6 de out.2 min de leitura


Entre Sombras e Companhias: o Familiar e o Corpo-Sombra da Bruxa
Quando a noite se instala e o mundo desacelera, algo permanece acordado. É uma presença que não se anuncia com barulho, que não bate à...

A Velada
25 de ago.6 min de leitura


"Bruxaria folclórica": uma boa ideia mal formulada
Poucas palavras carregam tanto charme hoje em dia quanto “bruxaria folclórica”. Quem ouve pensa logo em sabedorias ancestrais, práticas...

A Velada
4 de jun.4 min de leitura


Ordine della Luna: Misticismo e Tradição na Obra Final de Alex Sanders
Toda a tradição esotérica se desenrola em ciclos que capturam a essência do seu tempo. A reinterpretação moderna da Ordine della Luna, realizada nos últimos anos da vida de Alex Sanders (décadas de 1970 e 1980), deve ser entendida nesse cenário de efervescência espiritual e na ampliação das práticas ocultistas além das tradições estabelecidas.

A Velada
28 de mai.13 min de leitura


Sobre uma Deusa Proibida e a Importância de Falar Sobre Ela
magine um tempo em que as raízes do Judaísmo — e, por consequência, do Cristianismo — estavam interligadas com a adoração a vários deuses e deusas, numa época em que Yahweh (ou Jeová, como muitos o chamam) era apenas um entre muitos de um vasto panteão cananeu. É difícil acreditar que uma boa parte da história espiritual da humanidade foi silenciada para que uma única visão — a de um Deus masculino, guerreiro e severo — dominasse.

A Velada
20 de jan.4 min de leitura


Quando Deus É Homem: O Perigo de Uma História Única
Imagine crescer ouvindo apenas um lado de uma história, repetido tantas vezes que acaba se tornando a verdade. Chimamanda Ngozi Adichie,...

A Velada
17 de jan.5 min de leitura


A Mulher e o Coração dos Mitos
Simone de Beauvoir, ao explorar os mitos que sustentam narrativas patriarcais, mostrou como eles ajudam a manter estruturas opressoras.

A Velada
17 de jan.4 min de leitura


O Poder do Mito: Como o Poder das Mulheres Foi Reorganizado e Deve Ser Resgatado
Mitos como os de Asherah, Lilith e Ísis não foram apagados porque eram fracos. Eles foram apagados porque eram poderosos.

A Velada
19 de set. de 20244 min de leitura
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